
Como a dança contemporânea não se define um método ou movimento específico, sugerimos uma noção de corporalidade. Segundo Rudolf Laban uma consciência do corpo, a consciência do peso e do tempo, a consciência do espaço relacionado com a adaptação a parceiros, relacionado ao uso instrumental do corpo e relacionados aos ritmos ocupacionais. Busca-se um sentido mais experimental, menos estratificado. Na dança contemporânea não precisamos de um corpo ideal. Os corpos são multiculturais, com diversificadas referências. Este corpo multicultural é um espelho do contemporâneo, do contexto globalizado em que a dança contemporânea se move. Podemos relacionar vários temas da sociedade atual dando enface em suas problemáticas e sugerindo novos caminhos. A dança contemporânea explora procedimentos corporais distintos e transversais. Trabalhamos com corpos que tem formações diversas. Eu, enquanto bailarina, tenho formação de teatro brincaste também. O bailarino tem autonomia para traçar e desenvolver o seu próprio vocabulário, não existe um corpo, existem corpos. Na dança contemporânea, a idéia de corpo é questionada, o corpo não está só, dependente da mobilidade, da elasticidade, mas também de características de ordem psicológica, antropológica, cultural. O corpo não se apresenta como o único veículo de comunicação, todo o contexto temático junto a criação fazem parte da dança contemporânea. O corpo é quem estimula o discurso simbólico, é o catalisador da emoção, do pensamento, da atitude política, da sexualidade. E é esse conjunto de elementos que acaba por tocar em diferentes aspectos da nossa vida contemporânea. Um dos elementos diferênciadores da dança contemporânea é o diálogo que estabelece com os espaços. A coreografia pode saltar de um palco para lugares menos convencionais isso é comum e faz parte de seu método, o bailarino contemporâneo sente a necessidade de se adptar ao espaço.