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sábado, 10 de dezembro de 2011

O Passarim e a Siriguela


quem é que canta no meu jardim

não sei o nome dele sei que é um passarim

acordo cedo vou adubar a terra

quero ver crescer o pé de siriguela

fruta vermelha ele vai dar

para alimentar numa brincadeira

o passarim que mora lá

quebrou a assa não pode voar

mais quando viu fruta vermelha

quis ficar lá a vida inteira

escutando ele cantar

vou apreendendo a cuida da terra

vendo crescer o pé de siriguela

doce de polpa amarela

terra cada vez mais rica

raspas e restos lhe interessam

regada a casca de fruta

com água dou vida a ela

O passarim e a Siriguela


Michele Tajra e Marisol Albano

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Laços de Fita


parece uma coisa louca

todos os dias penso em você

procuro uma imagem sua

começo a me derreter

infiltro dentro dos teus olhos

imagino sem pudor tua chegada

estou com você ao nacer do sol

e cantando debaixo de chuva

amarrada aos seus pensamentos

tento entender como é possível amar tanto assim

sigo seus passos sua elegância somos apaixonados

uma realidade estampada

flores e cores amada

diferentes vida só de abraços

com laços de fitas misturados

em meus pensamentos

Michele Tajra

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Orgânico

um show ORGÂNICO
Tratando-se de órgãos, da vida, à organização ancestral do "corpo espírito" em busca de constantes revelações das poéticas músicais.
Aprofundando nas partes mais simples do corpo, trabalhando o inerente, algo próprio do ser.
Tocando cada vez mais, nas teclas que já nasce com a gente, profundamente arraigado
consegue imaginar?
traços da tarde

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sol


plantas acompanhadas

raios do sol

entram em casa pela janela

rodeada de verde crescem seus talos

finos e delicados

com folhas que refletem sombras

na mesa

formando desenhos inusitados

que mudam de lado

com a direção do vento

faz a toalha ficar estampada

com a luz dourada

consegui acompanhar

o dançar e o falar

das plantas

pensamos que elas estão a enfeitar

sabem falar

precisamos escutar raios do sol

enquanto ele existir podemos respirar

domingo, 9 de outubro de 2011

Costurar


costuro para ver o tempo passar

costuro para ver o tempo passar

numa dessas viagens costurei

meus amigos não estavam lá

posso ensinar

mais lá não consegui ficar

tinha casa

uma professora há costurar

para ver o tempo passar

chorou chorou

seus cabelos teve que pintar

escuros vão ficar

falsa imagem

a de uma professora

ela pode ensinar a arte de simplificar

aceitar que tudo pode mudar


Michele Tajra

domingo, 25 de setembro de 2011

Caminhos da Vida


Viver

Apagar as luzes

Acender as velas, caminhar

Sem destino

Suspirando tua presença


Encantando a estrada

Do caminho da vida

Tocando a pele

Transformando em fogo

Sem descer lagrimas

Por ter escolhido

Um amor convencido

De um bom tempo

Cheio de esperanças


O melhor do nosso amor

É poder sentir sem poder fazer

É ter a certeza de que nunca se acabará

É inevitável sua existência

Essencial pra minha sobrevivência


Gera vontades e desafios

Um entendimento do passar do tempo

Um desejo de abraçar e trocar

Raios de luz que alimentam


Como o sol que mesmo tão distante

É essencial para vida

Seu raio tem força

Contemplam as cores

Dos amores e dos dias




sábado, 17 de setembro de 2011

Gil




O desafio aqui é compreender a dimensão econômica crescente da cultura e encontrar formas de cooperação que permitam que as populações mais pobres detentoras de saber, cultura e identidade, usufruam plenamente dos benefícios e riquezas da propriedade intelectual. É preciso encontrar formas e meios de permitir que os saberes cultivados, formatados e industrializados possam circular e serem acessados, equilibrando direitos autorais, direitos de investidores e direitos de acesso.

Contudo, essas características contemporâneas da cultura adquirem outras feições quando encaradas no contexto dos países em desenvolvimento, como é o caso da América do Sul. Nesse viés, a política cultural internacional transforma-se em um dos principais elementos de enfrentamento de assimetrias internacionais que, no limite, resultam em modelos hegemônicos, em formas centralizadas de comunicação social, em formas concentradoras de gestão de conteúdo e em indústrias que precarizam mão de obra e poluem o meio ambiente. Trata-se, enfim, de uma luta constante para que a democracia se realize num plano mais efetivamente cultural e abrigue melhores condições de acesso a conteúdos culturais e modelos de proteção da diversidade cultural.

Vivemos um momento histórico privilegiado. As mudanças das formas de produção, significação e distribuição dos conteúdos culturais apontam para um espaço novo e dinâmico das políticas culturais. A revolução digital abre novas portas aos países em desenvolvimento. Trata-se de uma chance única de intervenção no modelo de globalização vigente, uma oportunidade de praticarmos o júbilo da diversidade cultural.

A cultura possui um incrível potencial de produzir sedimentos que ativam a mudança histórica. Em muitos casos, ela é o lugar onde a mudança efetivamente se realiza. Mas sua atuação discreta e incisiva nos rumos das relações internacionais, suas novas potencialidades econômicas e sua atuação transversal ainda padecem de um grande desconhecimento – e até desconfiança – das burocracias públicas tradicionais. É hora de atentarmos à força contemporânea da cultura, à força de modernizar agendas e atualizar discussões públicas, de promover paz, prazer e conhecimento mútuo – para o bem dos países em desenvolvimento, para o bem da América do Sul.


Gilberto Gil


Verde tudo Verde


deixei minha casa toda verde
deixei minha casa toda verde
verde tudo verde

plantei uma semente no jardim
ela brotou uma folha verde
verde tudo verde

senti a pureza nesse vento que passou
porque tem verde
verde tudo verde

foi com o canto que a chuva chegou
e alimentou o verde
verde tudo verde

são muitas as cores dessas flores
que amanhecem verdes
verde tudo verde

deixei minha casa toda verde
minha casa toda verde
casa toda verde
toda verde
verde

domingo, 31 de julho de 2011

Viçosa - Festival de Música da Ibiapaba 2011


Nasci artista e não posso me queixar

tenho o dom da natureza

por isso vou preservar


Foi na serra da Ibiapaba

que encontrei um passarinho

fazendo um ninho pequenininho

e seus filhos poder criar


Não penso em sair de lá

penso até em me casar

eu amo meu nordeste

riqueza não falta lá


Viçosa terra querida

muitos verdes a brotar

foi olhando pra lua

que deixei o vento me levar



sexta-feira, 8 de julho de 2011

Janaina


Eu vou fazer

uma oferenda para Iemanja

e os meus cabelos vou molhar no mar

Espero as ondas chegar

vou mergulhar

no mar da mãe sereia Janaina

vai me abençoar


"Yèyé omo ejá"

"Yèyé omo ejá"

"Yèyé omo ejá"

"Yèyé omo ejá"


longe de te não sei ficar

amanheço o dia com o seu chamar rainha do mar tu és minha guia

me ilumina e me faz cantar

Rainha do mar , dona Janaina, Inaê

Princesa de Aiocá e Maria

mãe das terras misteriosas

onde vamos trabalhar


"Yèyé omo ejá"

"Yèyé omo ejá"

"Yèyé omo ejá"

"Yèyé omo ejá"


Fotografia kelly Araújo


domingo, 26 de junho de 2011

amigo meu


estou ao seus pés

entrelaçadas são as linhas de nossas vidas

não é de hoje que permanece /o som do teu corpo dentro do meu


desejo insaciável de te assegurar , índio meu


abraçando tua alma encadeada de sinceros desejos

alma de um homem feroz, amigo meu


um maestro

indivíduo criador de canções

artista com o coração brilhante

maior que as estrelas cadentes

que caem ascendendo esperança

nos olhos meus



quinta-feira, 2 de junho de 2011

Encontros



A cidade é pequena aiai

A cidade é pequena aiai

e se queres esse amor

se queres esse amor, terás

andando pelas ruas da cidade

encontro belas livres paisagens

paseando pensando chamando

por você

desejo te encontrar numa noite serena

sentar conversar e suas mãos tocar olhar de perto os olhos com tanta beleza

ouvir da tua boca uma canção de vida

que sele os encontros e as despedidas

amores vem e vão

amores sempre estão

em mim


Letra - Michele Tajra e Suzane Vasconcelos

Música - Osvaldo Zarco

fotografia - Lili Rodrigues



quinta-feira, 5 de maio de 2011

Bolas

dificil controle

muito menos o da tara

o amor carnal o toque o cheiro

o desejo de apertar

de morder de montar se esfregar

extravasar

passar dos limites

gozar pelo prazer da carne

dificil controle

o da meditação união segredos escondidos

como bolas de sabão que flutuam pelo ar

mas desaparecem ao triscar


Michele Tajra



Fotografia de Ana Lorena Magalhães


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Ser

Fotografia Beto Skeff



a insustentável condição do ser

como ele se comporta no seu dia dia

pulos saltos gargalhadas choros lamentos

gritos furadas caminhadas


a insustentável condição do ser

rever conceitos apreender a rezar

olhar sentir apreciar

aquilo que os olhos não veem

ir na direção certa naquele tempo

ser determinada a recomeçar o que não entende

compreender o que não foi compreendido.


a insustentável condição do ser

já começou agora percebo

a fortaleza espiritual intuito cerebral

incondicional capaz de realizar sonhos no astral

com vida anormal leva com o vento

o fim de um começo


a insustentável condição do ser

tenho medo das pessoas

de amar não tenho medo

reconheço o espaço com laços

leves breves instantes

instante de medo reconheço


a insustentável condição do ser

aceito a condição de ser

por estar a balançar

formando ondas prateadas deslizando nos traços

já percorridos pelos meus pés no mundo dos segundos

aqui estão elas

ondas poderosas

chegam sem avisar


Michele Tajra


Passeio

Arrasto meus pés sobre o tronco

áspero de uma amendoeira do lago

escutando a consciência das sensações

se dissolvendo com o encontro

com a troca

no sonho olhos abertos

circulando os braços

sobre a areia da praia

no arranhar dos grãos finos que provocam carinho

isso que a natureza dispõe por estar presente

pobre daquele que não vê a delicadeza

do que a natureza tem a oferecer

Michele Tajra


Fotografia Eduardo Ravi

Teia Encantada

Minha foto
Fortaleza, Ceará, Brazil
Construindo um repertório autoral, com criações experimentais, o "Som do Catimbó" apresenta um recorte do universo sonoro brasileiro, aproveitando suas diversas influências, difundido e ativando a memória e a espiritualidade do nosso povo. A partir de pesquisas e experiências vivenciadas por cada artista do coletivo, as composições abordam uma poética circundante onde transitam mitos e narrativas deste rico universo tecido entre o terreiro e a rua. Como nos terreiros de umbanda tem velhos, caboclos, espíritos de cura, boiadeiros que chefiam, casam e batizam seus seguidores, no Som do Catimbó essas entidades permeiam as performances que atravessam e costuram as cenas do espetáculo. O Som do catimbó estuda e desenvolve experiências sonoras contemporâneas a partir de contato com culturas ancestrais trazidas, no processo de colonização, pelos europeus, judárabes, africanos e ameríndios, misturando toré, pajelança, linha dos ciganos, sensitivos, adivinhos e médicos curadores, os chamados médicos do espaço. Tudo isso é encantaria, é o Som do Catimbó.

Oficina

Dança Contemporânea

Artes do corpo


Corpo em movimento


A maneira como o corpo é percebido, definido, sentido se altera constantemente através da história, evidenciando, no decorrer do tempo, formas de pensar e conceber características de um momento, de uma cultura, de uma sociedade. O corpo por meio de seus gestos, sua espontaneidade, sua vitalidade; revela a maneira como um povo se comporta, se relaciona ou se expressa.

Composição


A proposta é fazer a dança através da descoberta de movimentos do corpo, um livre olhar para dentro de si mesmo.

São explorados também as relações que a dança contemporânea pode estabelecer com outras artes: artes visuais, poesia, performance, teatro.

O eixo da pesquisa é o corpo, sua estrutura óssea em movimento. A observação plena da própria coordenação motora, a partir do fundamental (mecanismos, organização e percepção do movimento) estudamos a técnica de dança contemporânea, improvisação, jogos, composição coreográfica, estados corporais a partir da respiração, articulação, tensão e intenção dos movimentos, contato –improvisação, método Laban, técnica de release.


Sensações


Os estudos do corpo visam a autonomia, a confiança e a sustentação interna, que provocam permeabilidade, agilidade, prontidão e escuta durante a dança. Exploramos a relação com os outros.(com o Outro) Não existe movimento "bonito" ou "feio". Existem a presença e a disponibilidade, que possibilitam que todos os elementos fundamentais da dança adquiram maior qualidade e harmonia.


Vivendo o corpo


A experimentação dessas atividades geram bons resultados em nosso cotidiano, aliviando o desconforto físico e mental, os pontos doloridos, a musculatura tensa, os problemas de circulação sanguinea entre outras dificuldades.

Artes do Corpo é indicada para jovens e adultos, com ou sem experiência em dança , uma turma específica para terceira idade e tambem para pessoas que trabalhem nas áreas relacionadas a arte e a cultura. Músicos, bailarinos, cineastras, artista plástico, poetas, atores e arte educadores.



Orientadora . Michele de Castro Melo Tajra


michele.tajra@gmail.com

86 94155661


Socióloga, arte educadora, bailarina de formação clássica com especialização em dança contemporânea, atriz brincante, musicista e ritimista.


APOIOS

APOIOS
Os apoios do corpo na sua relação com a gravidade

Transferência de Apoios

Quando nos movemos, estamos sempre mudado a configuração dos apoios do nosso corpo. Nessa técnica, há a busca de permitir ao corpo conduzir as transferências de apoio, sem planejamento antecipado das mesmas, a partir de apoios ativos e de acordo com a organização da musculatura de um corpo, num determinado momento. Isso gera uma qualidade específica de movimento e permite a descoberta de novos caminhos internos, novos desenhos de movimento no espaço.

Existe diferença entre dança moderna e dança contemporânea? Qual seria?

Sim. existe diferença, apesar do forte paralelismo, a dança contemporânea diferencia-se da moderna por não obedecer a técnicas ao pé da letra. A dança moderna tem diferentes técnicas ligadas a vários coreógrafos, como Martha Graham, Doris Humphrey ou José Limon. "A contemporânea não tem a obrigação de utiliza-se dessas técnicas, a contemporânea é a liberdade de expressão do bailarino. Não há mecanismos definidos, há antes processos e formas de criação. Parte-se de métodos desenvolvidos por bailarinos modernos, como improvisação, contacto-improvisação para uma construção personalizada da criação.


Estudamos Possibilidades de Desbloqueio das Tensões

Autoconhecimento e autodomínio são necessários para expressão pelo movimento.

Sem atenção não há possibilidade de autoconhecimento e expressão.

É preciso buscar estímulos que gerem conflitos e novas musculaturas, para ascessar o novo.

Das oposições nascem o movimento.

A repetição deve ser consciente e sensivel

A dança está dentro de cada um.

O que importa não é decorar passos, formas, mas aprender caminhos para a criação de movimentos

Dança é vida

Possibilidades

Possibilidades
Foto Michele tajra